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Crenças "limitantes"

  • Foto do escritor: Lívia Fornaciari
    Lívia Fornaciari
  • 3 de nov. de 2023
  • 2 min de leitura

Atualizado: 27 de nov. de 2023


Você provavelmente já ouviu alguém na internet falando que o que te impede de crescer são suas “crenças limitantes”. Mas o que seria isso numa visão psicológica?


No começo da infância, as crianças desenvolvem ideias sobre si mesmas, sobre o mundo e sobre outras pessoas. Essas ideias são baseadas em suas experiências - ou seja, a partir do que vivem e vêem como modelo - e são consideradas como “verdades absolutas”.


Pense, por exemplo, em uma criança que foi super protegida pelos pais, a ponto de não conseguir explorar o mundo como as outras crianças da sua idade. Não foi permitido a ela subir em árvores, correr na rua e fazer esportes que os pais consideravam “perigosos”. Quando ela tentava fazer algo novo, os pais faziam por ela, pois “era mais seguro”, ou para que ela não se machucasse. Esta criança cresce desenvolvendo algumas ideias sobre ela (“sou frágil”), sobre o mundo (“o mundo é perigoso”) e sobre as outras pessoas (“elas são mais corajosas/capazes que eu”).


Na terapia cognitivo comportamental, essas ideias são chamadas de crenças. As crenças são rígidas, pouco flexíveis e podem ser disfuncionais. A forma como interpretamos o mundo que nos cerca está diretamente associado às nossas crenças, pois elas são como lentes pelas quais enxergamos tudo que acontece. Podemos, inclusive, distorcer alguns fatos que não se encaixam tanto em alguma crença específica, até que faça sentido; Por exemplo, se alguém tem a crença “sou incompetente”, mas se sai bem numa prova, pode distorcer este fato, pensando “mas estava muito fácil” ou “tive muita sorte dessa vez”, desconsiderando que talvez a nota tenha sido reflexo de seu empenho e dedicação nos estudos - que vão contra a crença de ser incompetente.


Tratar uma crença disfuncional como uma verdade absoluta pode ser danoso para sua saúde mental, pois você desconsidera fatos que são contrários à crença e adapta a realidade para “caber” nela. A crença “sou incompetente”, por exemplo, pode ser verdadeira em alguns contextos, mas não em todos. Algum grau de competência nós temos nas atividades que desempenhamos. E mesmo que em algo específico nós não sejamos bons o suficiente, podemos passar por um processo de aprendizagem que aumente nossa competência. Eu costumo dizer que, enquanto estamos aprendendo coisas novas, a gente ganha mesmo quando erra, pois isso faz parte do processo.


As suas crenças são limitantes quando são excessivamente negativas ou dicotômicas. A boa notícia é que, assim como elas foram aprendidas pela sua história de vida, podem ser desaprendidas e substituídas por outras crenças, mais flexíveis e funcionais.


A chave para a resolução desse problema é um caminho de maior flexibilidade psicológica. E este é um caminho muito particular - o que ajuda uma pessoa a ter mais flexibilidade pode estar mantendo um padrão disfuncional em outra pessoa. Nada é bom ou ruim por si só, tudo depende da função que exerce em nossas vidas.


A terapia é o espaço seguro para entender sua forma de pensar, suas crenças, seu padrão de funcionamento e, a partir daí, adotar um caminho que seja mais flexível e compassivo com você mesmo.



 
 
 

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